Embora não esteja directamente relacionado com a paleontologia, não podemos deixar de alertar para o perigo que neste momento ameaça a integridade geológica, paisagística e principalmente a biodiversidade da Serra de Montejunto.
Treze anos após a declaração de Área de Paisagem Protegida, a Serra de Montejunto encontra-se ameaçada por um projecto de construção de um parque eólico constituído por mais de vinte aerogeradores que, caso o projecto venha a ser aprovado, irá implantar uma "nuvem" de mais de vinte destas torres por toda a zona das Fontaínhas (vertente Leste da Serra de Montejunto). A zona das Fontaínhas é particularemnte sensível devido às grutas que servem de habitat a morcegos, sendo igualmente de destacar a presença de aves de rapina, entre elas a Águia de Boneli. Além disso é uma zona rica do ponto de vista arqueológico e espeleológico.Este alerta chegou até nós através do Espeleo Clube de Torres Vedras (ECTV), instituição com longa tradição e currículo no que à valorização e estudo da Serra de Montejunto diz respeito. Na sequência deste alerta decorreu, no sábado passado, dia 22 de Outubro, um encontro com associações de carácter ambiental com vista a não só a divulgar e conhecer melhor, no terreno, a realidade como também para delinear uma estratégia de intervenção cívica que permita sensibilizar a sociedade e os poderes políticos para o que está em risco.
Estiveram presentes representantes do ECTV, da ALAMBI (Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente de Alenquer), da ALT - Sociedade de História Natural, e da QUERCUS (Associação Nacional de Conservação da Natureza)
A ALT - Sociedade de História de Natural vê com preocupação e perplexidade não só o projecto em si, mas principalmente o exemplo desta situação que, a concretizar-se, significará a perda definitiva de um património irrepetível. A escolha que está em cima da mesa é esta: ou se tem um parque eólico, ou se tem uma Área de Paisagem Protegida...
Poderá acompanhar este asssunto a partir do portal da ALAMBI.