terça-feira, 24 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Mitologia japonesa e a nova tartaruga fóssil do Jurássico Superior de Portugal. Uma relação improvável?
Representação, de meados do Séc. XIX, de vários tipos de Kappas |
São muitos os seres "atartarugados" que formam parte
da mitologia e ficção de diversas culturas. Provavelmente muitos dos nossos leitores
conheçam a Gameira, a tartaruga gigante voadora que rivalizou com Godzilla no
cinema japonês. No entanto, a cultura japonesa conta com outro personagem “atartarugado”,
protagonista de muitas histórias do folclore desse país. Trata-se, nada mais,
nada menos, dos Kappas. Mas, que demónios são os Kappas?
Os
kappas são umas criaturas travessas e geralmente
maléficas, de especto humanoide, cobertas de escamas, com cabeça que recorda a
de uma tartaruga e com uma espécie de couraça dorsal, muitas vezes representada
como uma carapaça deste grupo de repteis.
Kappas saciando o seu apetite |
Mas
que pepinos (sendo que este vegetal é
para os kappas um dos poucos manjares mais suculentos que meninos humanos) têm
que ver estes seres com Portugal? Pois bem, a origem desse nobre é considerado
como uma transliteração da palavra portuguesa “capa”, um termo empregue para
denominar a treliça de vestir que os monges portugueses que chegaram ao Japão
no Séc. XVI levavam às costas. A cabeça rapada destes monges e as suas costas cobertas
por esta estranha indumentária deve ter surpreendido muito os habitantes
Japoneses.
Os Kappas, fazendo das suas |
Carapaça,
em vistas dorsal e ventral, do holótipo do novo táxon (SHN.LPP 172) |
Agora que já sabemos o que é um kappa, e como se
relaciona com Portugal, passamos a apresentar, de maneira preliminar, o novo táxon
recém descrito no registo fóssil português. Acaba de ser publicado, na versão on line
da revista científica Comptes Rendus Palevol, um artígo no qual se descreve uma
nova espécie de tartaruga do Jurássico Superior: Hylaeochelys kappa, e proveniente da Colecção Paleontológica da
Sociedade de História Natural. O registo de tartarugas
do Jurássico da Bacia Lusitânica é tido como relativamente diverso, destacando os
membros de Paracryptodira (como a tartaruga aqui descrita Selenemys lusitânica,
igualmente da colecção da SHN), assim como vários representantes do grupo de
eucryptodiras basais Plesiochelyidae. A nova tartaruga, que aumenta ainda mais
este registro, também se trata de um representante basal de Eucryptodira, mas
não atribuível a Plesiochelyidae, mas sim a Hylaeochelys. O género Hylaeochelys
era, até agora, unicamente conhecido no Cretácico Inferior de Inglaterra, onde
estava representado por uma única espécie. A descrição da nova Hylaeochelys
kappa não só compreende o primeiro achado confirmado de Hylaeochelys fora
do registo britânico, senão que representa o único género de Eucryptodira
europeia com una distribuição que abarca tanto níveis do Jurássico como do
Cretácico.
Referencia: Adán Pérez-García; Francisco Ortega.
In press. A new species of the turtle Hylaeochelys (Eucryptodira)
outside its known geographic and stratigraphic ranges of distribution. Comptes
Rendus Palevol. http://dx.doi.org/10.1016/j.crpv.2013.10.009
Este estudo foi apoiado parcialmente pela Câmara Municipal de Torres Vedras e empresa Ângelo Custódio Rodrigues S.A
Este estudo foi apoiado parcialmente pela Câmara Municipal de Torres Vedras e empresa Ângelo Custódio Rodrigues S.A
sábado, 14 de dezembro de 2013
Conferencia do nosso colega Pedro Mocho, no Museo Nacional de Ciencias Naturales (Madrid) "Los Gigantes del Jurásico Superior Ibérico: Lo que sabemos hoy en día"
No próximo dia 17 de Dezembro, o investigador português, da Sociedade de História Natural e Universidad Autónoma de Madrid, Pedro Mocho, irá apresentar uma conferência no âmbito do centenário da réplica de Dippy do Museo Nacional de Ciencias Naturales em Madrid. Esta é uma das réplicas originais do Diplocus exposto no Carnigie Museum (Estados Unidos da América).
Esta conferência entitulada de "Los Gigantes del Jurásico Superior Ibérico: Lo que sabemos hoy en día", que em português seria "Os gigantes do Jurássico Superior Ibérico: O que sabemos hoje", tem como objectivo explorar o mundo dos dinossáurios saurópodes do Jurássico Superior Ibérico, com uma perspectiva integrada entre as primeiras e últimas descobertas em território peninsular, passando pelos nossos bem conhecidos saurópodes portugueses como Dinheirosaurus, Lusotitan, Lourinhasaurus, e algumas pequenas surpresas.
Deixamos uma tradução do resumo, originalmente em espanhol.
"Desde do século XIX, os saurópodes são parte integrante do conhecimento existente sobre as faunas de vertebrados mesozóicos da Península Ibérica. Neste território, os restos de saurópodes são particularmente abundantes nos sedimentos do Jurássico Superior. Nas últimas décadas assistimos a uma impressionante revolução na compreensão de estes "gigantes" da Península. Nesta segunda comunicação apresentada com motivo do centenário de Dippy, será apresentado um breve resumo sobre as descobertas ibéricas de estes animais pretéritos, contemporâneos dos conhecidos saurópodes como os norteamericanos Diplodocus, Camarasaurus e Brachiosaurus e o africano Giraffatitan."
"Desde del siglo XIX, los saurópodos son parte integrante del conocimiento existente sobre las faunas de vertebrados mesozoicos de la Península Ibérica. En este territorio, los restos de saurópodos son particularmente abundantes en los sedimentos del Jurásico Superior. En las últimas décadas hemos asistido a una impresionante revolución en la comprensión de estos “gigantes” de la Península. En esta segunda comunicación presentada con motivo del centenario de Dippy, se presentará una breve reseña sobre los hallazgos ibéricos de estos animales pretéritos, contemporáneos de conocidos sauropodos como los norteamericanos Diplodocus, Camarasaurus y Brachiosaurus o el africano Giraffatitan."
Para mais informações, consulte o seguinte site:
http://www.sam.mncn.csic.es/conferencias1.php?idconferencia=197
http://www.sam.mncn.csic.es/conferencias1.php?idconferencia=197
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
XXVII Feira de Minerais, Gemas e Fósseis, 5-8 de Dezembro
Como tem sido tradição todos os anos em Lisboa, antes do Natal e do Ano Novo, realizar-se-á mais uma vez, uma das feiras de minerais, gemas e fósseis mais importantes a nível mundial, a XXVIII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
A ter lugar nos dias 5 a 8 de Dezembro, este ano, a feira terá como temática os cristais. É então espectável esperar milhares de exemplares com formas e geometrias exuberantes, espalhados pelas numerosas bancadas que o Picadeiro (edificio localizado a oeste do Museu Nacional de História Natural e da Ciência) albergará nos próximos dias.
A ter lugar nos dias 5 a 8 de Dezembro, este ano, a feira terá como temática os cristais. É então espectável esperar milhares de exemplares com formas e geometrias exuberantes, espalhados pelas numerosas bancadas que o Picadeiro (edificio localizado a oeste do Museu Nacional de História Natural e da Ciência) albergará nos próximos dias.
Uma vez mais, o Museu Nacional de História Natural e da Ciência decide organizar uma das feiras de minerais mais importantes na Europa, agora na vigésima sétima edição. Este evento estriou-se pela primera vez no ano de 1998, despois de alguns anos dificeis, em parte, consequência do incêndio de 1978, que destruio parte importante do Museu Nacional de História Natural. Contudo, esta instituição, decide avançar de forma ambiciosa com a organização de uma feira internacional de minerais, gemas e fósseis, que hoje é parte fundamental da actividade cultural anual da cidade de Lisboa (Portugal). Apesar dos tempos de crise, é bom termos ainda a oportunidade de visitar mais uma vez esta magnífica feria, à qual desejamos longa vida.
Estes dias, estaremos também presentes na XXVIII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis, promocionando um pouco nossa actividade em torno das faunas do Jurásico Superior Português.
Deixamos em seguida um breve calendário:
- Horário: 5 Dezembro – das 15.00h às 20.00h; 6 e 7 Dezembro – das 10.00h às 20.00h; 8 Dezembro – das 10.00h às 18.00h
- Local: Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Rua da Escola Politécnica, 60. 1250-102 Lisboa
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