Encontrámos no Jornal Público uma história
que nos chamou a atenção. O seu título é "Eis
uma espécie que não está em extinção: os taxonomistas".
Este artigo fala sobre um estudo que lista alguns pontos curiosos:
- Dos quase dois milhões de espécies existentes, apenas um milhão e meio são válidos (o resto são considerados sinónimos possíveis de espécies).
- As espécies que ainda são desconhecidas podem ir ao cem milhões.
- Há um universo de 47.000 taxonomistas.
Parte triste da notícia... Onde
estão os taxonomistas em Paleontologia?
Pois.... eles não estão. Uma vez mais
ignorados. Multiplique o número de espécies desconhecidas (por
exemplo, metade, 50 milhões) e ao aceitarmos que uma espécie pode durar
cerca de 5 milhões de anos (razoável para um dinossauro), então,
desde do Paleozóico os paleontólogos teriam 5400000000 novas
espécies para descobrir. É claro que a evolução geológica do
nosso planeta tem eliminado a maioria, mas mesmo assim, o número de espécies
paleontológicas por descobrir parece-nos enorme.
Com este cenário, perguntamos: onde estão
os taxonomistas em Paleontologia? Bem, em extinção! E com a atual
conjuntura, há cada vez menos pessoas a poder estudar o registo fóssil. Só
em Portugal, não devem ser mais de 50 taxonomistas em Paleontologia.
Esta é a realidade da taxonomia em
Paleontologia, uma ciência que nos últimos anos alimentou toda uma
indústria interessada pelos fósseis (em particular a cinematográfica). Contudo, não temos
outra hipótese se não depender de bolsas que tardam em sair ou de
um posto de trabalho que nunca irá aparecer.
Um futuro incerto pela frente, pelo
menos na Península Ibérica. Muitos fósseis e poucos paleontólogos.
No entanto, We Will Survive.
Os devidos créditos ao blogue Godzillin