Escavação das mandíbulas |
Decorreu no passado mês de Junho uma Sondagem Paleontológica de Diagnóstico, com carácter de emergência, que visou a detecção e salvamento de restos osteológicos de uma baleia fóssil, no Miocénico de Lisboa. A descoberta de duas mandíbulas deste cetáceo fóssil ocorreu durante o Acompanhamento Arqueológico da abertura de valas no âmbito do Projecto "Linhas Eléctricas Enterradas, Lote 3-Troço Alto de S. João/Sacavém a 220kV," promovido pela REN S.A., concretamente na Rua Cidade de Luanda (Concelho de Lisboa, Freguesia de Olivais), por arqueólogos da empresa Novarqueologia, Lda. Dada a relevância do achado, a empresa de arqueologia responsável pelo Acompanhamento Arqueológico contactou o Laboratório de Paleontologia e Paleoecologia da ALT-SHN, para que fosse executada uma Sondagem de Diagnóstico, de forma a avaliar o grau de preservação do exemplar, bem como proceder à remoção e registo dos elementos osteológicos presentes.
Consolidação do exemplar |
Engazamento para extracção |
Mandíbulas, após escavação |
Do ponto de vista estratigráfico, os sedimentos que continham estes restos osteológicos correspondem à transição entre o Miocénico médio a superior, mais precisamente aos Calcários de Marvila, com idades atribuídas ao Serrevaliano superior/Tortoniano Inferior (entre 13.65 e 11.60 Milhões de anos). A sua riqueza em cetáceos fósseis encontra-se já documentada pelos diversos restos fósseis, incluindo diversos crânios parcialmente completos, existentes no Museu Geológico do LNEG.
Esta não foi a primeira cooperação entre o LPP da ALT-SHN e a empresa Novarqueologia, uma vez que em 2007 a equipa do LPP foi chamada a escavar parte de uma tartaruga (Plesiochelis?) do Jurássico superior de Torres Vedras, igualmente numa obra da REN, mostrando claramente que aumenta a consciência e interesse na preservação do Património Paleontológico.
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