sábado, 25 de outubro de 2014

Novos restos identificados a terópodes coelurossáurios do Jurássico Superior da Bacia Lusitânica


Campanha de escavação na jazida de Andrés no ano 2005.
Da esquerda para a direita Francisco Ortega, Fernando Escaso,
Pedro Dantas, Elisabete Malafaia e José Miguel Gasulla.
Foi apresentado nas XXX Jornadas de la Sociedad Española de Paleontología, que tiveram lugar em Teruel, Espanha, entre 15 e 18 de Outubro, o estudo de um conjunto de vértebras de dinossáurios terópodes provenientes da jazida de Andrés (Pombal).
Andrés é um dos raros exemplos de uma jazida que preserva uma associação de múltiplos taxa de vertebrados conhecidos actualmente no Jurássico Superior da Bacia Lusitânica. Esta associação representa uma ampla diversidade faunística que inclui peixes, esfenodontes, crocodilomorfos, pterossáurios e dinossáurios. Os dinossáurios estão representados, sobretudo por abundantes restos relacionados ao género Allosaurus mas também por escassos elementos identificados a outros grupos de terópodes, a saurópodes e a ornitópodes.
Neste trabalho foram estudadas algumas vértebras caudais da colecção de fósseis recolhida em Andrés, as quais apresentam um conjunto de características morfológicas compatível com os terópode coelurossáurios. Estas vértebras de pequenas dimensões (comprimento dos centros entre 37 e 41mm) têm centros bastante compridos relativamente à altura, as facetas articulares são ligeiramente côncavas e as prézigapófises longas. Estas características são típicas da maioria dos terópodes tatanuros. A morfologia geral destas vértebras é semelhante a algumas vértebras caudais de Allosaurus recolhidas nesta mesma jazida. Contudo, podem reconhecer-se também algumas diferenças com este táxone, como por exemplo a superfície ventral dos centros aproximadamente recta e a presença de uma crista longitudinal na superfície lateral.
Esta combinação de caracteres é compatível com a de algumas formas de pequeno tamanho de terópodes coelurossáurios, nomeadamente com membros do claro Maniraptora. Esta interpretação suporta a hipótese sobre a presença de pequenos terópodes derivados na jazida de Andrés que tinha sido proposta anteriormente com base em alguns dentes isolados. 


Fotografia: Campanha de escavação na jazida de Andrés no ano 2005. Da esquerda para a direita Francisco Ortega, Fernando Escaso, Pedro Dantas, Elisabete Malafaia e José Miguel Gasulla.

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